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Che, Marx e música

Em artigo comemorativo ao aniversário de 80 anos de nascimento de Ernesto Guevara (ocorrido em junho passado), o destacado cientista social argentino Atilio Borón publicou no site da emissora Telesur o artigo “El Che y la recreación del marxismo” no qual defende a necessidade de, nessa data de comemoração e resgate da memória desse herói, relembrar a relação entre Che e o marxismo, em detrimento da mercantilização vazia da figura do mito que ocorre constantemente nos dias de hoje.

Che Guevara, além do guerrilheiro romântico que lia Pablo Neruda e que abandonou a vida de classe média abastada para lutar por justiça em seu continente, também foi um dos mais relevantes pensadores marxistas latino-americanos, utilizando com originalidade os métodos de Karl Marx não só para interpretação da realidade do nosso continente mas, principalmente, como guia de ação para modificar a estrutura injusta da América Latina.

Outro escritor que ressalta as virtudes de Guevara em seu aniversário de 80 anos foi Frei Betto, em artigo publicado no site da agência Adital.

Quem se interessar pelo pensamento e projeto político de Che pode leia ainda o texto “La concepción de la revolución en el Che Guevara y en el guevarismo” de outro intelectual argentino, Nestor Kohan.

Che na Música

Pra não ficar só na política, vamos tratar também um pouco de música nesse post. Pra não fugir do tema, vamos falar também de Che Guevara. Aliás, vamos falar não, vamos deixar quem sabe dizer. Leiam o artigo da doutora em História pela USP, Mariana Martins Villaça, denominado “El nombre del hombre es pueblo: as representaçõs de Che Guevara na cancão latinoamericana”, que aborda as diferentes canções que homenageiam ou citam o herói. De presente pro amado leitor eu postei algumas dessas músicas para download pra quem quiser ouvi-las enquanto desfruta da leitura do artigo.

Um abraço!

Vitor Taveira

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Centenário de nascimento de Salvador Allende

Há exatos 100 anos nascia Salvador Allende, que se tornaria o primeiro presidente socialista democraticamente eleito no Chile, na América Latina… no mundo. No momento em que escrevo assisto à programação especial da Telesur em homenagem ao centenário de Allende.

Exemplo de luta, foi derrotado em três campanhas presidenciais até que em 1970 foi eleito numa aliança com diversos setores progressistas chilenos. Após 3 anos de um governo de reformas profundas, no dia 11 de setembro de 1973, Allende se suicidaria depois de resistência heróica em seu palácio de governo. Os militares ameçavam com bombardear o edifício. Teria origem aí a ditadura sanguinária de Augusto Pinochet, talvez a mais cruel de todas as ditaduras sul-americanas.
Assista ao vídeo que contem o último discurso de Allende, no qual ele anuncia que não renunciará e pagará com sua vida em lealdade ao povo.

A homenagem e a esperança deixo por conta do vídeo abaixo que mescla imagens da época com a belíssima música Yo Pisaré Las Calles Nuevamente, de Pablo Milanes, dedicada à resistência chilena. Me emociono toda vez que ouço essa música e o vídeo chegar a arrepiar. Lindísimo!

Pra quem não assistiu fica recomendado o filme Machuca, que já comentei num post bem antigo.
Mais informações sobre Allende, no site oficial.
Pra quem quer saber mais sobre os momentos anteriores da queda do presidente, quem conta é o Fidel. Mas a culpa não é dele…

“Allende não é passado, é futuro!”

Vitor Taveira

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Fórum Social Mundial 2009

Um post que fiz há pouco menos de um ano logo que foi decidido que a sede do Fórum Social Mundial de 2009 seria Belém é disparado o mais lido desse blog, a maioria das visitas originadas de buscas no Google, o oráculo pós-moderno. Nota-se que há demanda sobre informações desse grande e inovador evento de articulação de ativistas de esquerda. Talvez isso corrobore a tese apresentada num post anterior de que a juventude está se mobilizando mais.

A novidade agora é que foi confirmada a data do fórum, tradicionalmente realizado no primeiro mês do ano: de 27 de janeiro a 1º de fevereiro. A decisão foi anunciada depois de reunião do Conselho Internacional na Nigéria. Lembrando que Belém representa não apenas a cidade mas a candidatura da Amazônia, o que demonstra a preocupação cada vez maior com a proteção do meio ambiente. Se alguém acha o Pará longe agradeça que está sendo no Brasil, pois a idéia é que nos próximos anos seja realizado em outros países.

Mais informações no site oficial do fórum e no blog da organização do FSM 2009.

Vitor Taveira

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A revolução cabe no seu bolso?

Todo revolucionário carece sempre de muito estudo. Afinal, para enfrentar um inimigo como o capitalismo é preciso conhecê-lo bem. Seus problemas, virtudes, defeitos e contradições, além de entender de política, estratégia, modelos alternativos. Isso sem falar ainda naquela boa literatura que é vital pra alimentar a alma de sonhador. Conciliar a atuação política prática e o estudo teórico é fundamental.

Mas veja só o preços dos livros… Todo revolucionário carece, então, de muito dinheiro?! Ó tamanha contradição! Então o que fazer? Se vender ao capitalismo, acumular fortuna pra poder comprar livros, estudar e depois fazer a revolução? Na-na-ni-na-não! Seus problemas acabaram!

Além dos sebos, bibliotecas públicas e da internet, tenho uma dica supimpa pra vocês! É a editora Expressão Popular. Criada em 1999, ela tem o objetivo de oferecer livros de qualidade (tanto em conteúdo como em material) por preços excelentes. Já foram editados mais de 100 livros, com preços que variam de 3 a 22 reais.

Sobre a América Latina, um lançamento vem bem a calhar: “O direito do Paraguai à Soberania. A questão da energia hidrelétrica.“, organizada por Gustavo Codas. Isso porque o ex-bispo Fernando Lugo acaba de ser eleito presidente do país prometendo a renegociação do tratado de Itaipú com o Brasil (Leia artigo de Emir Sader sobre a questão). Preço do livro? Doze Reais, 160 páginas. Também me chamou a atenção um livro sobre os zapatistas.

O leitor pode encontrar temas como trabalho, questão agrária, imperialismo, revoltas populares, marxismo, entre outros. Existem também várias biografias, com vida e obra de diversos pensadores e ativistas. No âmbito da América Latina destacam-se: José Martí, Luis Carlos Prestes, Che Guevara, Paulo Freire, Florestan Fernandes, Mariátegui e Ruy Mauro Marini.

É possível comprar pelo próprio site. Se não quiser pagar frete procure a sede do MST mais perto de você!

Vitor Taveira

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Pra onde vai Cuba pós-Fidel?

A pergunta acima inquieta várias vozes políticas pró-ou contra o regime pós-revolucionário cubano. Decerto, a ilha não é um paraíso proclamado por alguns setores míopes da esquerda, tampouco o inferno abominado pelas elites econômicas e midiáticas. Cuba e o regime castrista tem muito a nos ensinar, tanto positivamente como negativamente. Os atos solidários, as missões médicas, a educação e saúde de qualidade, o incentivo ao esporte. Porém, a falta de liberdade contradiz a própria idéia de socialismo. “A redução da teoria e análise marxistas a formulações dogmáticas, a repressão de toda a dissidência, o controle total da imprensa e da educação acabam por eliminar todo o verdadeiro debate de idéias na sociedade” afirma o jornalista Carlos Gabetta. O fato de um país tão pequeno como Cuba, de PIB tão irrelevante para o mundo despertar tamanha atenção aponta a importância geopolítica do país que outrora fora uma colônia produtora de açúcar e um puteiro de luxo para a classe alta estadunidense.

Com certeza a morte de Fidel provocaria uma tara da direita internacional, especialmente dos EUA, de dar um golpe militar para implantar mais uma democracia representativa nos moldes idealizados pelo projeto neoliberal, com reformas capitalistas que almejariam mais uma destruição de um modelo sócio-econômico alternativo do que propriamente a instalação de uma democracia de fato. Porém, não se sabe quando isso pode vir a acontecer e se seria viável uma intervenção militar ou uma transição pacífica ao capitalismo. Durante o período de doença do “comandante”, o seu irmão Raúl Castro assumiu o governo e emerge como sucessor natural de Fidel. Mas Raúl é apenas 3 anos mais novo do que o irmão, que já está em idade avançada. Ou seja, será chegada a hora de passar o bastão para os mais jovens que não foram protagonistas da revolta que tomou o poder em 59 e que como os indivíduos massificados do livro 1984, de George Orwell, não tem conhecimento real de como eram as coisas antes da revolução. A consciência revolucionária parece ser grande no país, mas a necessidade de mudanças parece maior ainda depois de quase 50 anos desse regime.

Em artigo para a edição argentina do Le Monde Diplomatique, Gabetta aponta a possibilidade de uma transição não-capitalista, embalada pela ascesdência das esquerdas latino-americanas, com abertura política do regime e reformas econômicas de inspiração socialista para combater a total panificação estatal.

Desperta uma grande curiosidade saber o que o futuro reserva para a paradisíaca ilha caribenha, todavia, não se deve precipitar. Fidel continua vivo. E falante… Uma voz que, por sua história, não pode ser desprezada.

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Fórum Social Mundial 2009 será realizado na Amazônia

O Conselho Internacional do Fórum Social Mundial declidiu nesta quinta-feira (31 de maio) que a sede do Fórum Social Mundial será Belém, capital do Pará. Diante de outras propostas de loutras cidades brasileiras -Porto Alegre, Curitiba, Salvador- ou de outros países ou continentes- Indonésia, Coréia do Sul, África.

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A carta enviada ao Conselho Internacional pela candidatura da Amazônica defende que “a realização do Fórum Social Mundial, na Amazônia, tem grande representação simbólica e vem somar esforços ao prestar visibilidade para a temática da conservação dos recursos naturais e o respeito à pluralidade de modos de vida que vem sendo ameaçados pelo avanço do processo de globalização neoliberal nessa região estratégica para o planeta.”

Além disso, pede que a candidatura seja considerada “não como uma candidatura do Brasil, mas como a candidatura de uma região que possui nove paises, milhares de povos indígenas com centenas de línguas e uma diversidade socioambiental das mais ricas do planeta. Possui também grandes contrastes sociais e hoje é vista como região estratégica para as grandes transnacionais e corporações que exploram nosso povo e nossa riqueza.” Conclui que “se um outro mundo é possível, a região Amazônica reúne todas as condições para a construção desse novo mundo!

Em 2008, o FSM novamente não terá um evento unificado, acontecendo em diferentes sedes nos diversos continentes.
Mais informações aqui

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